Vulnerável

Frágil, vestida de medos e lembranças

Lacrada por versos perfeitos, escondida

E o cheiro de fome que vem feito brisa

Molda a presença eterna, em curvas e cortes

E louca, desvairada, nessa volúpia imoral

Me prendo em tuas correntes, me aperto

E não cesso de arder nessa imensidão e

convulsivamente me afoguo em teus braços

Desejando o parar o tempo, confundindo o destino

Testando a vida e a morte cotidiana

Pecaminosa entre convenções e o fatal

E amarrada no sublime instante do êxtase

Minha boca cala a palavra exata, insuficiente

E meu gemido fere o palpitante futuro, inexistente...