O LÍRIO DA SAUDADE
O LÍRIO DA SAUDADE
Ah, como andei, é longa a minha estrada!
Saltei abismos, mas salvei meus versos.
Na rocha eu escrevi os mais diversos.
O que eu sofri, sofri, por tudo ou nada.
Amei as flores, mares, passarada,
abandonei meus atos mais perversos.
No pranto, vi meus olhos submersos
ao ansiar o amor na madrugada.
Procurei acertar, fazer um ninho
de paz dentro do peito, e a lealdade
procurei semear no meu caminho.
Talvez exista, em nome da amizade,
alguém que ponha um dia, com carinho,
em minha cova o lírio da saudade.