“Paliativo imperioso”
“Paliativo imperioso”
Estremeço quando suas palavras baldias
Tão esperadas em tempos longínquos
Vêem escoltadas em frases ocas e frias
Apostando reconstituir sentidos oblíquos
Nesse delírio perde-se no vácuo meu sentir...
Entorpecida, fico à mercê da faltante lucidez.
Que me rouba as forças e o ímpeto de fugir.
O que um dia foi febre, atualmente é escassez.
Se a explosão outra vez adiada não obstante...
Deposita no vácuo, sem pudor, esse gosto de fel.
Arrasta-me então solitária, num caminho vibrante.
Um itinerário envolvente, porem cínico e cruel.
A esse atalho sem emoção, me transporta.
Paliativo para um ardor, que já não importa...
Glória Salles
10 maio 2010
20h18min
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