PREGUIÇA

Não intenciono nada além daqui.

Quero arrastar os dias mansamente

e descansar no vão que construí

assim, de forma lenta e displicente.

Não quero ouvir a voz do pensamento,

esses ruídos muito me afligem.

Não flui em mim o concatenamento,

o meu livro da vida é branco, é virgem.

Amanso manso o manto do descanso,

eu me espreguiço todo em meu descaso,

eu sou flor murcha, o nada do escasso.

Pairando, flutuando em meu remanso,

brinquedo dos caprichos do acaso...

Eu quero adormecer nesse regaço...

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 29/10/2010
Código do texto: T2584800
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