SONETO DA FÉ
Veio o vento impiedoso e cruel
Expulsando de mim, ilusões e sonhos.
E a tempestade molhando os meus olhos
Mostrando-me a face negra-desengano.
E vieram os tiranos maus, rancorosos
Cortando-me ao meio sem pena ou dó
Canção triste e trágica dos malditos
Deixando-me fraca, vazia e muito só.
Todavia, uma mão leve me abençoou
Alisou os meus cabelos e com um beijo
Bálsamo eficaz e como um bafejo
As minhas lágrimas c’amor enxugou
Tomou-me ao colo e do mal me escondeu
Nada eu vi, eu apenas o senti: era Deus.