Percival

Quando eu morrer o lívido corpo sério

Terror na aparência do morto sisudo

O agudo do olhar mudo vai ao mundo

Duro, o cerebelo jaz no frio deletério.

O grave semblante nulo do critério

Depondo a égide maldita com tudo

Na expressão do defunto o demudo

Com a voz arrancada no cemitério.

Na sombra do cipreste a escultura

Presente o prudente treme na sepultura

Do débil ruído que esperas das feras.

O indolente sente a fúria do inocente

No espírito luso jaz o caminho crente

Na condição infecunda das megeras.

Dr Flynn
Enviado por Dr Flynn em 04/11/2010
Código do texto: T2597178
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