OS MEUS EUS
Eu libertei, num arroubo, os meus eus
e me sentei bem diante dos mins,
então pedi para ver os quens seus,
que apresentassem seus dotes e fins:
“Eu sou teus nervos e fibras, a ação,
teu ver e ouvir, copular, o eu-físico!”
“Sou, do que ouves e vês, a razão,
teu discernir e fruir, teu eu-crítico!“
“Sou o que ação e razão não explicam,
que te levanta do tombo, da queda
e que recolhe os cacos que ficam,
sou teu eu-místico, a fé que te enreda!”
“Sou todos esses em mundo onírico,
sou poesia, sou arte, o eu-lírico!”