Soneto Destoado

Dos males o menor, ou ao menos, o mais ameno

Dos sonhos o mais breve, mesmo assim o mais intenso

Dos olhares o mais comedido e no entanto, o mais profundo

Dos amores o mais simples, mas no qual ainda penso

Das vidas divididas, a maior dívida ao acaso

Dos acasos ocorridos, o mais voraz e singular

Dos sorrisos mais sinceros, preferi o mais discreto

Dos amigos de toda hora, preferi o menos sensato

Das poesias que escrevi, preferi aquelas sem rima

Das aventuras que vivi, as sem regra é que guardei

Dos livros que já li, os menores me encantaram

Das músicas que ouvi, prefiro as que não decorei

Dos filmes que adorei, gostei dos que pouco vi

Dos sonetos que rascunhei, este é o que prefiro.

Não pense que é só por ser de minha própria autoria

É que há tempos quero escrever algo que fuja um pouco à regra

Não que eu seja um rebelde, pois rebeldes costumam ter causa

Se gostaram do soneto, saibam que muito me alegro

E muito mais ainda me alegraria saber que não gostaram!

Rafael Estevan
Enviado por Rafael Estevan em 09/11/2010
Código do texto: T2605303
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