A NAU DO BARDO ESTÉRIL

Forcejo e reforcejo

Com recalcitrante veemência

O parto de um mero poema:

A minha verve, ao contrário,

Quer se manter inerte,

Em coma, inacessível á pena

Deste poeta-náufrago!

Penso em solfejar

Hinos que esquartejem

A opressão, a amorosa decepção e o flagelo:

Mas, pelo oceano da mente, me navega a nau do deserto.

O pensamento meu --- afinal de contas ---

Hoje não deseja degustar o sol da poesia:

Anseia, a bem da verdade, ser o mor cemitério das ventanias!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

JESSÉ BARBOSA
Enviado por JESSÉ BARBOSA em 19/11/2010
Código do texto: T2624304
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