Tal e qual Pardal

Que saudade me dá de Timbaúba

Da caiana, a colheita, o malunguinho;

Da cultura que o tempo não derruba;

Do reisado, do boi e caboclinho

Como é grande a saudade que me encerra;

Do meu mato, meu céu, do meu cantinho.

Tanto tempo distante a minha terra;

Tou morrendo, meu Deus, devagarzinho!

Sem sertão, se Vinícius se destina

A sofrer tal qual galo de campina,

Eu sou mesmo que ver a um pardal

Que definha cativo à beira-morte,

Tando longe do ar da mata norte

Preso num alçapão na capital!

João Pessoa, 23/11/2010.