Soneto de devaneio
Teu olhar transforma o meu. Teu olhar transcende
A curva do horizonte onde nasceu.
O teu beijar afoga o meu, e ascende
À imensidão do amar que perde Orfeu.
Teu seio me transtorna. Teu seio acende
Os céus e na sonoite traga o breu.
O teu prazer é o prazer meu, e compreende
A ilusão do sonhar, meu corifeu.
É na tua beleza que me espelho,
Ó rainha! Alteza, quero ser rei!
A teus pés ainda hoje eu me ajoelho.
O travesseiro conta travessuras...
Fui dormir no teu seio e acordei
No entanto do entretanto da loucura.