Soneto da mulher mais bonita
As forças do universo – a chama, a lua,
Haverão de curvar-se a seu perpasse.
À tamanha beleza dela nua,
Haverá de curvar-se até o impasse!
Ó imensidão, esfera! Abrir-se-á a rua
A seus pés. E farão de seu compasso
Canções de boemia, e com regaço
Escreverão os poetas entre puas.
Há no seu caminhar dez mil estrelas,
Que contornam o ocaso e dão-lhe morte:
Nela convergem vidas paralelas!
Por mais que haja no mundo o impreciso
É preciso dizer dessa consorte:
Seu sorriso sustenta o paraíso!