Soneto de desilusão
Quereria viver como do pássaro
O canto: altivo, alegre e despertar
Sorrisos nas mulheres ao passar...
E os sorrisos devolver com beijos claros.
Quereria viver como o sonhar
Duma criança: belo e sem reparos,
Espontâneo e tão livre sem preparos...
E a liberdade infinda vivenciar.
Um certo sem-fazer e fazer nada,
Meu infortúnio!, domina o pressentir
Que os sonhos que sonhei tornar-se-ão prantos.
Resta o consolo à alma machucada:
De tanto desejar vou conseguir
Conciliar viver com desencanto.