Soneto de desilusão

Quereria viver como do pássaro

O canto: altivo, alegre e despertar

Sorrisos nas mulheres ao passar...

E os sorrisos devolver com beijos claros.

Quereria viver como o sonhar

Duma criança: belo e sem reparos,

Espontâneo e tão livre sem preparos...

E a liberdade infinda vivenciar.

Um certo sem-fazer e fazer nada,

Meu infortúnio!, domina o pressentir

Que os sonhos que sonhei tornar-se-ão prantos.

Resta o consolo à alma machucada:

De tanto desejar vou conseguir

Conciliar viver com desencanto.

Cirilo
Enviado por Cirilo em 17/10/2006
Código do texto: T266301