Soneto do adeus

Quem parte pra melhor, parte feliz,

E vive o júbilo das boas novas.

Quem parte o coração, fica infeliz,

E sofre em pranto a solidão, na alcova.

Ser o par que não parte e até reprova

A partida à distância sem raiz,

É mil vezes mais triste! A quem renova

A dor é leve, efêmera e joliz.

Abraçados à noite sob o breu

De repente no céu a lua traiu

A última hora que nosso amor viveu.

À negação minha alma sucumbiu,

Se esvaziou de amor e arrefeceu,

Quando ela disse adeus, e o sol saiu.

Cirilo
Enviado por Cirilo em 19/10/2006
Reeditado em 12/03/2014
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