Aurora da Minha Vida
"Ah! Que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais...
Que amor, que sonho, que flores
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!"
(Casimiro de Abreu)
Cantos, encantos, e as ilusões perdidas...
como eram enternecidas nossas afeições!
Quanta doçura alava os nossos corações
Naquelas tardes das ânsias esquecidas...
Um zumbido no ouvido, uma investida!
Meio sorriso, um beijo viso, sedução...
O toque acetinado na palma da mão,
A doce alegria da galanteria permitida...
Ah! Quanta saudade daquelas canções
Que embalavam nossas noites iluminadas
Pela luz generosa da lua, mui envaidecida...
Quem me dera uma vez mais as emoções
Daquelas manhãs de carícias perfumadas...
Ai! Que saudades eu tenho da aurora da minha vida!...