Soneto do corno - II
Você diz que não devo duvidar
E até briga comigo quando peço
Saber onde estava a rebolar
À noite seu corpinho tão travesso.
Você sequer me deixa perguntar
E tira logo a roupa se começo
A ficar bravo, e faz até pensar
Que a dúvida seria menospreço.
Você é mesmo cruel, e o que é pior:
Eu gosto! Deus, me livra da menina,
Dessa mulher do corpo ultrajador!
Mas nesta alma carece disciplina
Para negar seu sexo fingidor:
É o desejo (não o amor) a minha sina.