Quiçá
Devo eu pensar-te como a primavera
Que me repleta o coração de belas flores?
Talvez eu deva aventurar-me por essa quimera
E quedar ao rubro clamor de teus amores...
A sorver o doce aroma de teus olores
Não mais admito trancafiar-me na espera,
Preferirei saciar-me nos teus sabores,
Sucumbirei ao teu luzente olhar de fera...
E os desejos que me afligem a cada dia
Serão consumidos pelas tuas fogosas noites,
No vendaval de tua volúpia estrepitosa...
E virá qual afago a voraz ventania,
Para que teus beijos não me pareçam açoites,
A castigar-me por minha escolha duvidosa...