O VELHO JANGADEIRO
Odir, de passagem


Alado lume ao longe. O lumeeiro
de um barco a vela tosco, uma jangada,
parecendo uma estrela à madrugada
ou mesmo alma penada de um veleiro.

Em mar aberto, velho jangadeiro,
anoitecendo a hora da chegada,
tenta içar uma arraia já fisgada,
num esforço supremo e derradeiro.

A luta é ingente. À pesca há muito afeito,
ele tenta alcançá-la, perde o jeito
e temendo perdê-la um abraço ensaia.

O lume alcança o raso, rarefeito.
A arraia gigante presa ao peito,
o jangadeiro chega morto à praia.

JPessoa, janeiro de 2011
oklima
Enviado por oklima em 04/01/2011
Código do texto: T2709609
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