BERLINDA (Marco Aurelio Vieira) / MEU ABRAÇO, MEU CARINHO (Helena Grecco)

O que reserva a vida, a mim, ainda?

O que me espera às curvas das veredas?

Por que me jogam sempre na berlinda

os donos das verdades mais azedas?

A crença que eu guardava me é finda,

é seca, recoberta toda em gredas,

a de envolver minh'alma em luz provinda

das chamas alastradas, labaredas.

Agora, preso, teso, em denso barro

impuro, a receber viscoso escarro

da realidade bruta que me fere...

De toda aquela luz, só resta o fogo

queimando, pouco a pouco, esse meu jogo

ardendo, a não deixar que eu persevere.

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Obrigado, Helena Grecco, pela encantadora, sensível e amável interação. Abrilhantou meu texto, abrilhantou meu dia, abrilhantou minha vida!!!

MEU ABRAÇO, MEU CARINHO

Se a vida te negou a melodia

E os dias se arrastam em farto pranto,

Abraço-te em cantiga de acalanto

Recito-te a mais bela poesia...

Te dou o meu olhar no horizonte,

E o brilho das estrelas te ofereço

Da vida os mais lindos adereços,

Trilhando em amor o fim da ponte...

A tua mão seguro com firmeza

Refaço a tua aurora em beleza,

E a tua fé eu quero renovada.

Permita-se trilhar por verdes campos

Repouse no caminho os teus prantos,

E encontrarás alento ao fim da estrada.

Helena Grecco