Soneto do cotidiano - II
Só, e com a vontade fatigada,
Recentemente estive a cogitar...
Qual será meu dever nesta jornada
Antes de ser levado pelo mar?
Ter deixado o destino me levar
Talvez fora cair numa cilada...
Apesar de onde consegui chegar,
Fui mais feliz quando não tinha nada.
E entre cigarros e alguns tragos penso
Nos trabalhos, projetos e deveres
Do dia-a-dia que me torna denso.
Sonhava conhecer tantos lugares,
Mas de repente achei-me no consenso:
Até o túmulo o acúmulo de haveres.