Esvanecendo...

A Ela

Que dor inda me causa essa ferida,

Quando tu, pelas campas, corredores,

Andavas a cismar cheia de horrores,

De olhares reflexivos — distraída.

Longe, qual uma sombra tão perdida,

Tu vinhas pelos fúnebres verdores;

Contemplando a beleza dos clamores,

Duma escultura em mármore, esculpida.

Pelos perpétuos bancos tu sentavas,

Com as mãos ao regaço, solitárias...

E os teus cabelos negros pelos ares...

E arrastando os coturnos tu passavas,

Por entre as velhas campas mortuárias,

Na solidão dos prados tumulares.

24 de Janeiro de 2011

* Versos decassílabos.

Derek Castro
Enviado por Derek Castro em 30/01/2011
Reeditado em 03/08/2017
Código do texto: T2761187
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