Divindade

Não quero nem saber das mazelas do mundo,

Tampouco a mim importa quem comeu o ovo,

Menos ainda, se sabe o pato subir ao muro...

Vou partir do zero! Quero tudo zero de novo!

Primeiro passo: Nunca mais serei profundo,

Mover-me-ei soturnamente, qual o corvo,

Desprezarei todo outro ser, como um estorvo,

E deixarei assim, por fim, de ser fecundo...

Novo ser haverá em mim, enfim, perfeito...

Sem emoção alguma a angustiar-me o peito

Serei, finalmente, o titã que nada medra!

O deus inerte! O senhor do desproveito!

Reinando sobre os despojos do mundo desfeito,

Elevado ao status de vil deidade de pedra...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 06/02/2011
Reeditado em 19/02/2011
Código do texto: T2775484
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