FIM
Ai, arrancas de mim todo o resto de viço,
aumentando o pesado de meu férreo fardo
e desatas teu laço, que outrora inteiriço,
adornava em vermelho meu sonho de bardo.
Tu cobrias com sedas o meu compromisso
de manter para sempre este amor felizardo,
maciez que me fez entregar-te, submisso,
minhas rédeas, a meta, estrutura, meu dardo.
E sugaste, sutil, aos pouquinhos, o extrato
deste amante que assiste ao cruel desbarato
de um bonito projeto em luzente harmonia.
Hoje tu me arrefeces com teus olhos baços,
te sufocas se tomo-te em mim, em meus braços,
só o instinto nos liga, em libido arredia.