TEMPOS RELAPSOS

A tarde esvai numa cortina sapé,

A chispar no rodapé da memória.

Leio, nos quadrinhos da história,

E o que me diz eu não sei o que é.

Relapsos de um pretérito abstruso,

Faz-se presente no repouso do dia

Com cores matizadas de nostalgia,

Na efígie distorcida do crepúsculo.

Ah, eu pudesse vaticinar o futuro,

Que impregna meu ser de saudade

E me faz gritar num canto mudo?

Eu romperia a cortina do absurdo,

Deitar-me-ia no colo d’alacridade

E, da felicidade, eu seria o casulo!

Ivone Alves Sol