O RIO E O MENINO

RIO QUE ADORMECE ENTRE PEDRAS E AREIAS,

QUE ACORDA APENAS NAS CHEIAS DO 'INVERNO',

E NA FELICIDADE CORRE NO MESMO CAMINHO

QUANDO CHEGA A SECA, SE CALA EM SEU LEITO SOZINHO.

QUANDO CHOVE NAS CABECEIRAS,

O GASPAR LOPES FICA DE BARREIRA A BARREIRA

E AS TUAS ÁGUAS CRESCEM PARA AMEDRONTAR

QUE NO FINAL VÃO BATER NO MEIO DO MAR.

RIO IRMÃO, ÀS VEZES PERIGOSO

TOMAR BANHO NAS ENCHENTES É GOSTOSO,

MOLEQUE CONTENTE, GAROTO VADIO

CHEIO DE INFÂNCIA NAS ÁGUAS DO RIO.

NA SECA, ERA SÓ FELICIDADE

JOGAR NO LEITO DO RIO NUM PÉ DE IGUALDADE.

TERMINAVA O JOGO, TODO MUNDO SUADO,

A GAROTADA CORRIA PARA TOMAR BANHO NO POÇO DO MACHADO.

O MOLEQUE CRESCEU, O RIO SECOU, O POÇO SE ACABOU

AMBOS DESAPARECERAM

SÓ SAUDADE FICOU.