Soneto à consciência sombria...
Soneto à consciência sombria...
Fogem-me as palavras e me surgem manchas...
Nos braços, no rosto. Por toda à parte. Na alma.
As nuvens se dispersam todas em forma de conchas,
Suspiro fundo. Acometem-me calor e pouca calma.
Vejo como num filme mal escrito a vida passar.
Tenho temores e solidão como outrora onze anos.
Valo-me da poesia como ultimo suspiro a soltar.
A consciência pesa como ferro em brasa sobre panos.
O verso perfeito me sumiu. Como tudo o que eu queria.
Tudo o que supunha bom. Nem o era, nem os tive.
Ao fim, algumas das maiores dores em minha’lma vive...
Nem braços nem abraços. Só o medo e o frio...
Dentre as horas longas e vazias deste espaço mudo.
Uma grande interrogação em meu peito sombrio...
07.01.11