Mãos estendidas

Rompe-se a cortina, dessa alma inquieta,

Descortinada, ela se expõe em traumas

Marcas de uma dor que rói as almas

Numa melancolia de ação discreta.

Vaga em si mesma, a alma, entre umas

E outras de suas perdições prediletas

Aquelas que passeiam pelas veias de poetas

Que, das alegrias, conheceram nenhumas.

Vela a mansidão de quem sorri

Como um anjo no zêlo se desdobra

Em ser de Deus divino guadião

Ao vazio estende a sua mão

Como a pedir, daquela alegria, a sobra

Feito um faminto, que mendiga, pela rua, o pão.