Soneto para Paulo Bomfim

A chama desse olhar que vela e arde

redesenha tatuagens com os dedos,

então parto e regresso de meus medos,

sopros de carícia em fins de tarde.

A ausência do sorriso morde o vento

e no mar de lembranças do marujo

cicia o oco da voz do caramujo

na imagem congelada do momento.

Além da transparência do mistério

há uma ave sem nome pressentida

acenando de longe a despedida,

como se ela mesma fosse essa ponte

entre as distâncias azuis do horizonte

e o profundo saber sem magistério.

luca barbabianca
Enviado por luca barbabianca em 23/02/2011
Reeditado em 26/02/2017
Código do texto: T2809378
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