Sem você

Uma bela noite fria, sem luar

Uma grande tempestade, sem molhar

Uma ventania solta, sem o ar

Uma longa melodia, sem dançar

Um insano andarilho, sem andar

Uma nítida frequência, sem radar

Uma semente de esperança, sem brotar

Uma flor de lótus branca, sem lugar

Um mistério, uma magia, um não-amar

Um relevo de agonia, um não-chorar

Uma treva em pleno dia, um não-olhar

Um soneto de repente, pra falar

O que sou sem teu abraço e teu olhar

Sem a sua direção pra me guiar

Pedro Alencar
Enviado por Pedro Alencar em 25/02/2011
Reeditado em 11/03/2011
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