Na Dança do Tempo

Enquanto eu bailava sob a primavera

O tempo passava depressa por mim,

Levava nos braços o amor que eu quisera

Viver uma história de sonho sem fim!...

O tempo, mortal, feito abraço de fera;

Veneno fatal disfarçado em jasmim,

Levava pedaços de minhas quimeras

Meu “Deus”, quem me dera, ser feliz assim?

Eu não percebi que na dança do tempo

Meus sonhos ao vento fugiam ligeiros

No olhar derradeiro do deslumbramento!...

O cheiro de “Adeus” era um tiro certeiro,

E enquanto, faceiro, beijava-me o vento,

Era eu quem, de triste, morria primeiro!...

Ciro Di Verbena
Enviado por Ciro Di Verbena em 03/11/2006
Reeditado em 04/11/2006
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