VONTADES...

 

 

 

Essa vontade de não ser, que em mim eclode,

Essa angústia que em mim já se anuncia...

Ah! A paixão que me queima em demasia

No grito mudo que em meu peito explode!

 

Nesse mergulho cego em pindáricas odes

Levo aos meus versos tons de pura fantasia

No vão desejo que escraviza e sevicia

Querendo transpor tais barreiras – e não pode!

 

O inútil nó nessa garganta que resvala

Em vãs delícias em que minha voz se cala

Anulando a vontade do pensamento...

 

Segrega as dores de minhas entranhas mortas

Abre-se uma fresta escura dessa porta

Que há de livrar minh’alma do padecimento!

 




*TENHAM TODOS UMA SEMANA ABENÇOADA!*


 

 

 

Minha amiga Zélia Freire, deixou-me

os belos versos de Florbela Espanca.

Obrigada, minha amiga, adorei o presente.

Beijos

 

(Milla)

 

*Para o teu soneto, versos de Florbela Espanca*
(Zélia Freire)

 

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida

Meus olhos andam cegos de te ver!

Não és sequer a razão do meu viver,

Pois que tu és já toda a minha vida!

(Florbela Espanca)