Soneto de Amor em Retalhos

No estertor do espaço-tempo

Migram murmurantes e ás soltas

Palavras ao vento

Do que antes mormente existia entrelaços

Ecoam tão somente resquícios

Dissonantes de lembranças

Silentes e esparsos

A andejar seus pares

No mais indissoluto completo desalinho

Que de tão vazio é repleto

Outrora, quarto crescente

De nascente vida que rege minguante

Neste insepulto âmago que jaz

Invasiva dor prescrutante

Paira desairosa penumbra

Sem campo para vicejar

Poema,verso,poesia ou prosa

Nenhum sentimento para lhes inspirar

Cedes teu lugar á campa

Por onde dormitas teu solo

Fina trama tece a teia

Das vestes despida ponteia despojos

D’além doravante momentos se criam

Ao presente instante repousam

Em estilhaços

Quão espelhos quebrados

São restos

Do meu eu

Feito Amor em retalhos

Peer
Enviado por Peer em 15/03/2011
Reeditado em 16/03/2011
Código do texto: T2849922
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