ANDARILHOS DO SONHO

Estradas construídas a suor,

picareta e chibanca, enxada e ancinho,

dão passo aos caminheiros sem vizinho,

que as salpicam de lágrimas e amor.

São pobres andarilhos sem pecado,

por percalços andando, almas de monge.

Jamais encontram pouso, e, de tão longe,

não chegam ao destino imaginado...

No poente da vida, já velhinhos,

buscam inspiração pelos caminhos,

não param, não se mudam de viandantes...

Raspas de sol e lua ainda brilhando,

para o sonho curar, vão ensinando,

que ele tem cura nos painéis brilhantes...