MATIZES DO SILÊNCIO - XLIII
Vestido de encarnado atenta o espaço
No tom profundo e casto de um bom vinho
Carinho em luz de um céu real e escasso
Marchetada visão do azul-marinho
Sozinho ar leve em fogo traça o traço
Misterioso equinócio de um cadinho
Onde a fusão se faz de modo lasso
Ensejo de um tufão, um remoinho
Dilata-se o infinito em candeeiro
Contraste de existência com destino
Querendo confundir um sol brejeiro
E as nuvens como sombras que defino
São pautas da emoção de que me abeiro
Impalpável segredo do divino