MATIZES DO SILÊNCIO - XLIII

Vestido de encarnado atenta o espaço

No tom profundo e casto de um bom vinho

Carinho em luz de um céu real e escasso

Marchetada visão do azul-marinho

Sozinho ar leve em fogo traça o traço

Misterioso equinócio de um cadinho

Onde a fusão se faz de modo lasso

Ensejo de um tufão, um remoinho

Dilata-se o infinito em candeeiro

Contraste de existência com destino

Querendo confundir um sol brejeiro

E as nuvens como sombras que defino

São pautas da emoção de que me abeiro

Impalpável segredo do divino

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 20/03/2011
Reeditado em 30/03/2011
Código do texto: T2859615
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