A Musa

Em densas nuvens de mistério envolta,

tendo nos olhos o brilho dos vitrais

capaz de incendiar de fé mil catedrais,

entre diáfanos véus vem leve e solta.

Vem trazendo obediente e sob escolta

o Estro que inspira santos e poetas

e desvenda as promessas mais secretas,

na mistura do perdão e da revolta.

Reside no Olimpo da poligamia,

e sabe os meandros da cartomancia;

ouve e advinha os desvãos da alma humana.

Vem-se insinuando tal uma cigana

e é concupiscentemente leviana:

É Érato, a lasciva musa da poesia.

luca barbabianca
Enviado por luca barbabianca em 21/03/2011
Código do texto: T2861151
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