PRA ESQUECER
Quando desço de ti ao abismo ascendo
Cismo na sombra de caules descaídos
Sinto o tempo, mão atroz, tremendo
Máscara soluçante, cristais diluídos
Extinta alma em estertores tortos
Leito em brasa a corroer-me o sono
Fagulhas apagadas, brilhos mortos
Açoitado vento esvai-se... abandono.
Valente corsário acossado, sorrateiro
Escorraçado pelo vento indômito
Perde-se na espuma, bolha escura
Esteira buliçosa, submersa em bruma,
Cuspo a lágrima, engulo o vômito
Viro as costas, encosto o veleiro.