Cativo do amor

Quero porém, meu amor fugidio,

Destas proezas furtivas da vida.

Quero minh'alma insana, garrida.

Onde o bom senso arrebata o brio.

Nas peripécias do amor sinto frio,

Desta infinda paixão aquecida.

S'esta saudade é apetecida

Vejo meu mar desaguando num rio.

Antes ser águas que movem moinhos,

Antes soneto que ser a emenda.

Antes vinagre que ser doce vinho,

Antes ser tolo, a quem me entenda.

Antes eu ter-te que ver-me sozinho,

Antes de tudo, um amor que me prenda.

Valério Márcio
Enviado por Valério Márcio em 29/03/2011
Código do texto: T2878432
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