Soneto de Transformação

A vida às vezes engana, cegamente.

Do ardor de seu olhar, entristecido.

Do sabor de seu beijar, amadurecido.

Restou a sensatez mundana e ausente,

De uma vida profana e transparente,

Tão descolorida, sacana e sem sentido.

Tão sofrida, com gana e com gemido.

A invalidez mórbida e descontente,

Transformamos o sofrer em alegria...

E de todo o desespero em confraternização,

Façamos do não querer, companhia.

E de todo o exagero em satisfação,

Começamos o nascer com sabedoria;

E de toda a descrença em salvação.

Danilo Figueiredo
Enviado por Danilo Figueiredo em 30/03/2011
Código do texto: T2879081
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