DESISTÊNCIA

Pérfido desejo de fugir eu sinto,

Pelas vãs angústias que me afligem inda,

Pela dor de ver a aurora do Amor finda

Numa escuridão, perdido em labirinto...

Vejo o sentimento, aos poucos, ser extinto,

Esse sentimento de memória linda,

Esse que esperei ansioso sua vinda,

De que meu espírito ficou faminto...

Que faria?!... Nada consigo pensar...

Escorrendo pelos dedos eu o vejo

E como fumaça ele se perde no ar...

Eu vou esconder-me do castigo certo.

Deixei-me levar por um suave lampejo,

Mas não quero mais deixar o peito aberto...

Maurilo Rezende
Enviado por Maurilo Rezende em 30/03/2011
Código do texto: T2880230
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