Amores modernos

Vivamos, pois, do amor, a nova era

Sem beijo ardente e com a alma resguardada

Vivamos, pois, um grande amor sem a guarida

Do estremecer de um simples toque que acelera

Um tal desejo, uma paixão dilacerada

Que todo encanto de uma vida reverbera

E que o sentido, sem ter medo, exagera

Na pretensão de ali mantê-la, enclausurada.

Vivamos, pois, então, o amor sem compromissos

Seja essa vida, assim, purgada da agonia

De um sentimento que machuca e extasia.

Sejamos, pois, ao ser do acaso, submissos

E esqueçamos a bobagem de sonhar

Sem desse sonho nunca mais ter que acordar.