O BEIJO



O beijo, puro ósculo, um desejo,
É um doce impulso que só vale a pena
Enquanto o amor por si não se condena
Vibrando o coração num suave arpejo.

Carícia labial que eu antevejo:
Aos pés do  bom Jesus vi Madalena.
Otelo, com furor, beijou Desdémona,
Romeu beijou Julieta num bafejo.

O ósculo santo fora profanado
Por Judas, que a Jesus o entregara
Com um falso e infame beijo contraído

O beijo só é mais beijo se roubado
Como Gable ao beijar Scarlett O’Hara
Segredou-lhe os lábios e não o ouvido.



                   
MENTE



 
A mente de alguém é este alguém.
                     (Cícero).



Mente, tumba onde jaz o pensamento
Hermético, invisível, delirante,
Que vai ao Céu e ao Inferno de Dante
Nas asas de águia ou de um corvo lento

A intuir o bem e o mal ao vento
De efêmeras paixões. Peito pulsante
Na lâmina do algoz, n’alma do amante,
Num dualismo de paz e de tormento.

Invólucro da alma, a carne dói.
Do que foge a matéria, a alma deseja!
Somente esta antítese pressente,

Porque se o homem pensa como sói
Na mente débil, o espírito fraqueja!
Sua alma sente o que o corpo (des) mente.


PS>   Nada justifica o que Welington fez.  Mas sua mente insondável
         aos pouco vai elucidando razões.


LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 13/04/2011
Reeditado em 03/07/2011
Código do texto: T2906080
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.