A inocência

A inocência bebe água com as mãos

enquanto dedos com anéis pegam na taça,

algum que em riste, maquiavélico, comanda,

por complacência, não parece ameaça.

A inocência quer bandeira, campos ronda

e segue a onda dos que agitam lá na praça,

mas permanece no escuro da indigência.

Beirais de estrada, tudo anda, a vida passa.

A inocência quer fazer tudo primeiro

e como sua, abraça a causa de um terceiro

na esperança de fartar sua vida escassa

Não tem consciência que é solita quando una

que sua voz não se permite na tribuna,

mas só um refrão decorado pela massa.

PAULO DE FREITAS MENDONÇA
Enviado por PAULO DE FREITAS MENDONÇA em 15/04/2011
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