O Poeta é Eterno

Quando me invade a mesquinhez pequena

É meu dilema sórdido e pulsante,

No mesmo instante em que acontece a cena,

Outro poema nasce delirante!...

Vou sobre as asas desse vil poema,

Qualquer esquema é libertário e errante;

A todo instante indiferente ao tema,

Se me envenena o versejar vibrante!

Eu vou bebendo esse veneno forte

E minha sorte é que o poeta é eterno;

Fugir do inferno é minha triste sina!

Não que eu renegue ou não mereça a morte,

Nem me conforte meu poema terno...

- É que alcançar o etéreo me fascina!...

Ciro Di Verbena
Enviado por Ciro Di Verbena em 14/11/2006
Reeditado em 29/07/2020
Código do texto: T291464
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