VELEIDADE

Nada me importa na aparência de um mancebo,

quer seja belo, seja calvo ou tenha encantos,

que seus trabalhos sejam doze ou outros tantos...

Não me cativa o vate pelo que recebo.

Se enxerga luz numa palavra meio torta,

faz ressoar seus ecos sem nenhum arrego

e deixa flores sem bilhete à minha porta,

destila essências de uma fonte que não bebo!

Porém não sei se tal razão é meu direito...

Se falta verve à maioria — o tempo é cedo —

se não se arrisca, segue as linhas meio a medo,

pois meu soneto não difere, contrafeito:

— Tem versos fortes; guarda um ar de bom menino,

mas não fascina, pois não é um alexandrino...

nilzaazzi.blogspot.com.br