CASTIGO

Dói, queima, corta, despedaça o peito...

O fragor era o coração partindo,

Amargurado pelo fel infindo

Adormeci com sombras no meu leito.

Demônios dominaram meu conceito,

Pelo sarrido meu Amor foi indo

Com um baraço fiz um colar lindo,

Estomagado, neste mundo estreito...

Embustes derramados pelo chão

Fizeram-me cair, sentindo, então,

Engendrado desejo de morrer...

Cansa, chora, desiste meu intento,

Seja meu medo enorme, triste, lento,

Pois errante e mendaz vou sempre ser.

Maurilo Rezende
Enviado por Maurilo Rezende em 19/04/2011
Código do texto: T2917530
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