Sem Dons

De qual dom sou dono,

Se mal sei versejar?

Nos versos q'eu sonho,

Sou vento, sou folha, sou mar!

Sou Andorinha liberta que voa;

Da lágrima triste, sal que arde...

Sou do barco, envernizada proa

E, do tempo, fim daquela tarde!

Nasço e morro no velho amor,

Idosa no morro, falece a flor sem alegria...

Assim, assado, seja como for!

Serei eu o profeta de mim?

Dono de uma suposta sabedoria?

Ou do filme de amor, apenas o fim?

Publicado no Recanto das Letras em 12/09/2009

Pergentino Júnior
Enviado por Pergentino Júnior em 20/04/2011
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