LÁGRIMAS DE OSTENTAÇÃO
Não ouviu do teu choro de cobiça
O exprimir de desejo tão profano
Que a podridão do ensejo tece o pano
E o cheiro deste pranto é de carniça?
Que lascívia ressecou estes teus olhos
Pra tanto inebriar em cada lágrima
Tristeza em cultivar tamanha lástima
Que a estima do querer deixou retalhos
Se teu alvo é de amor ambicionado
Que fora imerecido ou lhe negado
Resguarde o coração deste rancor
Pois vejo no fluído amargurado
Que emana desse olhar desesperado
O ostentado de um choro pecador