TERMINAS BUSCAS.

N’uma manhã de cinzas névoas

Andou minh’alma em desconsolo,

Por mausoléus frios tal pólo

A colher trevos p’ressas magoas.

No calabouço dessas moradas

Debrucei meus olhares de apelo:

- Trazei-a de volta “mio angelo,”

Oh, flutuantes almas penadas!

O lamento de não vê-l a surgir

Do nevoeiro, não pode remir,

Meu *óbolo p’ras solas do inferno.

Prezo n’uma atroz dor silente

Suplico a um palor fulgente:

- Tenham-me, moradas do mistério...

* "Era costume grego colocar uma moeda, chamada óbolo, sob a língua do cadáver, para pagar ao barqueiro sombrio pela viagem. Se a alma não pudesse pagar, ficaria forçosamente na margem do rio Aqueronte para toda a eternidade, e os gregos temiam que pudesse regressar para perturbar os vivos."

Tomb
Enviado por Tomb em 28/04/2011
Código do texto: T2936640
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