MADRUGADA DE AMOR

Esperas por mim sobre este leito desfeito,

pelos sensuais movimentos de teu sonhar,

enrugando os lençóis. É à vontade de amar,

a qual não consegues segurar. Não tem jeito.

Encontro-te então, semi-nua, aqui deitada

a espera que eu venha contigo partilhar.

E, em mais uma noite de amor, mergulhar,

por esta tua volúpia, não refreada.

No teu anseio libidinoso onde a paixão

clama num silencioso grito, tão profundo,

adentrando justo até o âmago da razão.

É neste mistério, onde se esconde o mundo,

no qual navega sôfrega a imaginação,

de quem pretende aventurar-se lá no fundo...