Soneto sem Nada

Quando escrevo meus versos no vento,
Não me ostento a passado, ou futuro;
vão, no escuro, caiado, ou tormento,
mando e tento, me inverso, não juro.

Dispo os muros com pão sem mestrado,
Faço o arado, sem mando em disperso,
Caço e verso, sonhando em meu prado,
Misto ou fado, o refrão é o inverso.

Sim perverso é meu passo meu quando,
tenho um bando, de bispos, pois não.
Lenho e grão meus petiscos nefandos,

Fim que abrando, meu maço, esfregão.
Sinta, então, meu cenho e meu bando,
Minta orando, por mim, por que faço. 

Amargo
Enviado por Amargo em 11/05/2011
Código do texto: T2964335